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Vitória da Conquista: Homem prega em frente a terreiro e caso para na delegacia



Por: istoe.com.br

Um homem evangélico foi denunciado por intolerância religiosa após fazer uma pregação em frente ao terreiro de candomblé Ilè Alaketú Àsé Omí TOgun, em Vitória da Conquista (BA). O caso aconteceu no último dia 24 de janeiro, mas só agora foi divulgado. Além do som alto, que interrompeu as atividades religiosas no local, testemunhas afirmam que o homem tentava “exorcizar” quem chegava ao terreiro. As informações são do Uol.

Conforme o candomblecistas, o homem, acompanhado de uma mulher e uma criança, parou o carro em frente ao terreiro e usou o som do veículo, em alto volume, para proferir palavras como “Jesus salva, Jesus liberta, Jesus transforma”.

“Ele tirou a nossa paz. Todas as pessoas saíram do terreiro. Eu soube que ele exorcizava todo mundo que chegava no terreiro”, contou ao Uol o Pai Loro, fundador do Ilê Alaketú e líder do terreiro há 19 anos.

Conforme o pai de santo, ele tentou dialogar com o homem para que ele saísse do local. “Ele só fazia pregar a palavra, exorcizava e nos agredia verbalmente. Dizia que éramos ‘anticristos’, do ‘demônio’ e que habitamos as ‘trevas’. Que ele estava ali para purificar”, afirmou.

O homem permaneceu durante cerca de uma hora e meia no local. Um boletim de ocorrência por discriminação e intolerância religiosa foi registrado na quinta-feira (27) na 10ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior) da cidade.

Uma denúncia também foi feita na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo do Ministério Público baiano, nesta segunda (31). No último dia 28, o Comec (Conselho de Ministros Evangélicos de Vitória da Conquista) se manifestou e emitiu uma nota de repúdio em que afirmou não compactuar com atos de intolerância religiosa.

“A liberdade de escolha individual é um princípio bíblico e constitucional, e assim todos são livres para seguir suas crenças religiosas. Continuaremos levando a palavra de Deus com verdade e amor, respeitando o limite e a decisão do outro”, diz o texto, que é assinado pelo pastor George Costa Oliveira.

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