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PF faz operação no Brasil, Estados Unidos e Paraguai, contra suspeitos de entregar 43 mil armas para facções brasileiras

 

Apreensões na casa de Diego Hernan Dirísio, em Assunção, no Paraguai — Foto: Investigação internacional

 

A Polícia Federal iniciou uma operação para desmantelar um grupo acusado de fornecer 43 mil armas para as principais facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho. A transação movimentou aproximadamente R$ 1,2 bilhão. 

A operação envolve 25 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 de busca e apreensão em três países: Brasil, Estados Unidos e Paraguai. O principal alvo, Diego Hernan Dirísio, ainda não foi encontrado.

Segundo a PF, Dirísio é considerado o maior contrabandista de armas da América do Sul.

A Justiça da Bahia é quem está conduzindo a operação que resultou na inclusão de alvos de prisão no exterior na lista vermelha da Interpol. A determinação visa garantir a extradição para o Brasil caso sejam detidos. 

A investigação teve início em 2020, após a apreensão de armas com números de série raspados na Bahia. A perícia da Polícia Federal permitiu avançar na investigação. Três anos depois, a cooperação internacional revelou que um empresário argentino, proprietário da empresa IAS no Paraguai, adquiria armamentos e munições de fabricantes em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Maior contrabandista de armas da América do Sul — Foto: Investigação internacional

 

A empresa de Dirísio importou um total de 16.669 armas, incluindo pistolas da Croácia, fuzis da República Techa, e diversas armas da Turquia e Eslovênia, entre novembro de 2019 e maio de 2022, segundo a Polícia Federal. 

As armas foram posteriormente comercializadas com facções brasileiras, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. O esquema incluía a participação de doleiros e empresas fictícias localizadas no Paraguai e nos Estados Unidos.

As investigações revelam corrupção e tráfico de influência na Direccion de Material Belico  (DIMABEL), órgão paraguaio encarregado de controlar e liberar o uso de armas, facilitando o funcionamento do esquema ilícito.

Até a última atualização desta reportagem:


    6 envolvidos no crime foram presos no Brasil;
    13 no Paraguai. 

Investigados 

A investigação internacional levantou suspeitas de envolvimento do general Arturo Javier González Ocampo, ex-Chefe do Estado Maior General da Força Aérea do Paraguai, em relação à empresa IAS. 

Conversas interceptadas, com autorização judicial, mostraram funcionárias da empresa pedindo ao general que interviesse na DIMABEL, órgão militar responsável pelo controle de armas.

A polícia paraguaia prendeu o general nesta terça-feira por suspeita de envolvimento em um esquema de tráfico de armas. A investigação também descobriu corrupção e tráfico de influência em um órgão responsável por controlar e liberar o uso de armas no Paraguai, facilitando o funcionamento do esquema. 

A jornalista Andreia Sadi descobriu que duas pessoas, Maria Mercedes e Elaine Marengo, eram funcionárias importantes neste esquema criminoso, atuando como intermediárias entre o general e os criminosos brasileiros.

Dinheiro e munições apreendidos na casa de Dirísio. — Foto: Divulgação

Os funcionários da empresa tinham o papel de proteger o nome de Dirísio nas investigações para evitar que seu envolvimento com as armas apreendidas no Brasil fosse descoberto. 

A investigação revelou que Mercedes e Marengo são as principais vendedoras de armamentos da IAS, esta última já ocupou a posição de secretária pessoal de Dirísio. Ambas foram presas nesta terça-feira (5).

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