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Morre aos 108 anos Dona Dazinha, Juíza Perpétua da Irmandade da Boa Morte

Líder da confraria afrocatólica, Maria das Dores da Conceição foi uma referência de amor e dedicação à cultura negra e à religiosidade afro-brasileira

Por: Cruz das Almas News 

A Irmandade da Boa Morte, uma das mais tradicionais confrarias afrocatólicas do Brasil, anunciou com pesar o falecimento de sua Juíza Perpétua, Maria das Dores da Conceição, popularmente conhecida como Dona Dazinha, aos 108 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais da irmandade nesta terça-feira, 1º de novembro.

Dona Dazinha era a líder da irmandade, que é composta exclusivamente por mulheres negras e tem uma história rica e significativa na luta pela liberdade e valorização da cultura afro-brasileira. Em uma nota de condolências, a Irmandade lamentou sua partida, destacando: "É com profundo pesar que noticiamos o falecimento de nossa irmã Juíza Perpétua Maria das Dores da Conceição. Que seu retorno para o òrun seja leve e tranquilo com as bênçãos de nossa grandiosa mãe Maria."

O sepultamento de Dona Dazinha ocorreu na tarde de terça-feira na cidade de Muritiba, onde residia. Ela sucedeu Dona Estelita Souza Santana, que também ocupou o cargo de Juíza Perpétua e faleceu aos 105 anos, em 2012.

A Irmandade da Boa Morte, cuja origem remonta a 1810 em Salvador, foi fundamental na alforria de muitos negros escravizados. O nome da confraria reflete a busca por uma "boa morte", um desejo comum entre os negros que enfrentavam o sofrimento da escravidão, frequentemente invocando a intercessão de Nossa Senhora.

Ao longo de sua história, a irmandade enfrentou perseguições, mas conseguiu se reerguer e continuar suas atividades. Com um histórico de até 150 integrantes, as mulheres da irmandade lutaram para preservar suas tradições religiosas e a ancestralidade africana, mantendo o culto aos orixás.

A Festa da Nossa Senhora da Boa Morte, que acontece anualmente em agosto em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, é um patrimônio imaterial do estado desde 2010. O evento celebra cultura, religião e resistência, atraindo turistas de diversas partes do Brasil e do mundo, que vêm para prestigiar as manifestações de fé e solidariedade em honra à luta do povo negro.

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